segunda-feira, junho 27, 2005

A recordar




















Discurso "Ich bin ein Berliner" faz 40 anos,
«All free men, wherever they may live, are citizens of Berlin, and, therefore, as a free man, I take pride in the words "Ich bin ein Berliner".»
«There are many people in the world who really don't understand, or say they don't, what is the great issue between the free world and the Communist world - let them come to Berlin»

John F. Kennedy

sexta-feira, junho 24, 2005

Porque é Blair actualmente o único verdadeiro lider Europeu

É tudo uma questão de visão. A Europa tem sorte em poder ter nos próximos seis meses Blair como presidente da União.
A ler no Finantial Times:
As a political performance it was brilliant; as an argument, compelling. Watching Tony Blair speak to the European parliament in Brussels on Thursday was to remember why this British prime minister is Europe’s most successful leader. No other politician is more practised in disarming opponents; none so adept in putting ideas into words.

Para Que Servem Os Centros de Emprego ?

C. é proprietária de um restaurante no coração de Lisboa. Recentemente, C. lembrou-se de recorrer ao Centro de Emprego da sua zona para recrutar um empregado de mesa e um ajudante de cozinha.

As peripécias foram mais que muitas. O primeiro que lhe enviaram era paquistanês e queria ser empregado de mesa. Trabalhara 2 anos nas obras e está no subsídio de desemprego há quase um ano. Não fala português. Está por cá porque no Paquistão não há emprego. «E por cá, há empregos?», perguntou C. «Não, mas há subsídio».

O segundo era para ser ajudante de cozinha. Mas... mas não podia trabalhar antes das 10 da manhã porque tinha que ajudar a mãe.

O terceiro entrou a matar: «O meu ordenado é de 960 euros por mês, limpos». Como? Isso é absurdo, nesse restaurante os ajudantes ganham entre 500 e 700 euros e já é acima da média... «Então não quero, prefiro ficar no subsídio».

O quarto queria muito o emprego, mas em Setembro teria que se ausentar. Em Setembro começava o julgamento. E um dia por semana tinha que faltar, para se apresentar no posto da GNR.

Outro sugeriu um esquema. «Diga que eu não sirvo, mas eu venho na mesma e paga-me por fora... é só por 5 mesinhos, até acabar o subsídio.»

Ao fim de uma dezena de entrevistas, C. desistiu. Voltou ao velho método do anúncio de jornal, a quem só responde quem está interessado. C. poderia ter poupado todo este trabalho se tivesse falado antes com quem já passou por isto.

No início dos anos 90, inexperiente nestas coisas do recrutamento, pedi a um Centro de Emprego para nos ajudar no recrutamento de um funcionário (m/f) para um lugar tipo "portaria". As únicas exigências para o cargo eram "Conhecimentos de inglês escrito e falado, simpatia e boa apresentação".

Enviaram-nos 10 "candidatos". Um compareceu propositadamente sujo, outro simulava que não percebia nada de inglês, dois pediram explicitamente piedade, digam que não prestamos, porque não podiam aceitar o emprego mas não queriam perder o subsídio, outro estava a preparar os exames e não lha dava muito jeito 'começar agora'. Um outro veio à entrevista numa motoreta de empresa de entregas, gostava de trabalhar nas entregas mas era 'esquema', ali não perdia o subsídio e só tinha 5 minutos porque tinha muitas entregas para fazer, uma 'candidata' trouxe o namorado que ameaçou o entrevistador que "lhe partia as fuças se estragasse o subsídio à namorada", outra cuja experiência de vida era nula dizia que não fazia sentido receber menos de 300 contos por mês.

Dos 10, havia uma candidata que queria mesmo um emprego, provavelmente porque ainda não estava a receber o subsídio. Tinha-se inscrito no Centro de Emprego na véspera.

Foi uma experiência exemplar. Dos quase 500 funcionários que trabalham hoje nessa empresa, nem um único entrou por indicação de um Centro de Emprego. Consta que na província os centros funcionam um bocadinho melhor.

(Update: Afinal, parece que não...)Nota: Em 31 de Dezembro de 2003 trabalhavam no IEFP quase 4.000 funcionários, entre os quais 131 motoristas (!) e 63 telefonistas. O Orçamento do IEFP para 2005 é de 1.059.000.000 ? (Mil e Cinquenta e Nove Milhões de Euros). Bem mais do que o custo anual das SCUTS.

(in Jaquinzinhos)

terça-feira, junho 21, 2005

Olhe que não!

Jerónimo de Sousa compara Governo de José Sócrates ao de Durão Barroso
Esta afirmação é certamente resultado ou de cegueira ideológica aguda ou então sintoma da agonia galopante de um partido sem futuro... ou ambas...

No caminho errado

Numa nota divulgada pelo Espírito Santo Research sobre Portugal é referido:
Pacote restritivo do governo penaliza lucro e valor das empresas até 6%.
As medidas restritivas propostas pelo governo para reduzir o défice orçamental podem penalizar em até cinco por cento o preço das acções e em até 6,2 por cento os resultados das empresas portuguesas, prevêem os analistas do BES.

segunda-feira, junho 20, 2005

Aumentar os impostos e alimentar o monstro...

António Borges no Diário Económico:
"O aumento inexorável da carga fiscal parece ser a consequência directa da nossa incapacidade de gerir bem o Estado".
"É para gerir problemas complexos e difíceis que os governos existem, não para adoptar as soluções mais simples, como subir as taxas dos impostos".
"(...)há de facto muitas oportunidades de obter receitas extraordinárias, que deveriam ter sido estudadas com seriedade antes de se decidir tão facilmente pelo aumento dos impostos".
Se procurarmos as razões pelas quais o governo não optou por esta via(...) Uma é a de que, para este governo, tudo o que os governos anteriores fizeram estava errado e não pode repetir-se. Outra é a de que tudo o que representa venda de activos, concessões ou privatizações de facto reduz o peso e a influência do Estado na economia - coisa que, no fundo, este governo realmente não tem a mais pequena intenção de pôr em prática".

Também gostava de saber...

Cem dias depois de tomar posse, há uma pergunta legítima - para quem Governa este Executivo socialista?
(Artigo: Luís Delgado DN)

sexta-feira, junho 17, 2005

Cunhal e Salazar


A morte de Álvaro Cunhal suscitou-me uma breve reflexão sobre a sua vida e o seu legado.

Não pude deixar de traçar o paralelismo com Salazar.

Talvez se possa dizer que foram os piores inimigos. Em certo sentido, podemos dizer que cada um deles representava para o outro aquilo que mais desprezavam. Se o Diabo tivesse um rosto, Salazar acharia que era o de Cunhal e vice-versa (não acreditando em Deus, Cunhal também não acreditaria no Demónio, mas fica a metáfora…).

Salazar até prendeu Cunhal. Felizmente, e apesar de a ter tido à sua mercê, poupou-lhe a vida. Questiono-me como teria sido se as coisas se tivessem passado ao contrário. Os exemplos dos correligionários de Cunhal que (ditatorialmente) exerceram o poder levam-nos a pensar que o tratamento teria sido bem pior…

É evidente que preconizavam valores e projectos de sociedade muito diferentes. Salazar defendia os valores herdados da tradição de um Estado-Nação com muitos séculos de História profundamente inspirados na cultura e nos preceitos católicos (em que a vida tinha uma valor absoluto) e desejava uma sociedade conservadora que perpetuasse tais valores. Muito mais importante que o progresso material era a moral (“pobres mas dignos”) e a conservação desses valores. A Nação, una e indivisível, também tinha um lugar central no seu pensamento, sendo que nela incluía as “províncias ultramarinas” e os seus indígenas. Cunhal, por sua vez, era fidelíssimo defensor das teses marxistas-leninistas e da aplicação que lhe foi dada pela União Soviética na sua versão mais impiedosa. Este posicionamento implicava a negação liminar dos valores e do projecto de sociedade de Salazar.

Mas, apesar de todas as diferenças, não é possível deixar de assinalar as semelhanças.

Tanto Salazar como Cunhal foram homens que sabiam muito bem o que queriam e tinham a tenacidade e teimosia para perseguir os seus intentos fossem quais fossem as adversidades. Ambos fizeram das suas vidas uma espécie de sacerdócio, dedicando-se totalmente àquela que entendiam ser a sua missão.

Ao que se sabe, ambos eram probos, não constando que qualquer deles se tenha aproveitado de cargo, função ou circunstâncias para proveito próprio

Ambos detestavam o capitalismo e jamais poderiam aceitar um Estado liberal (ainda que aqui Cunhal fosse muito mais radical, pois não admitia nem propriedade nem iniciativa privadas, preconizando uma economia “pura” de planeamento central ao passo que Salazar se ficava por uma economia corporativa com limitações, ainda que significativas, à livre iniciativa e à concorrência).

Ainda que defendessem modelos de Estado e de organização do poder político diferentes, ambas desconfiavam da democracia, cada um à sua maneira defendia um regime que negava a democracia.

Poderá dizer-se que ambos, cada um na sua linha ideológica, eram ortodoxos, não sendo verosímil que estivessem dispostos a condescender, fosse no que fosse.

Tudo isso fazia deles homens politicamente profundamente intolerantes.
Infelizmente sabemos como foi Salazar como Estadista e Governante, felizmente não chegamos a saber como seria Cunhal, mas não é difícil adivinhar.

Só admira é que o Portugal democrático preste homenagem a quem tão profundamente o odiou.

No adeus a Cunhal

Fonte: http://semiramis.weblog.com.pt/

A Perversão da Iconolatria
A classe política, a comunicação social, os meios intelectuais e mesmo a M M Guedes acotovelaram-se numa comovida homenagem pela morte do político cuja faceta de «obreiro do triunfo da liberdade sobre a ditadura», conforme sentida evocação de Sampaio, o levara a declarar, numa entrevista a uma jornalista italiana, em pleno PREC, que “jamais haveria uma democracia parlamentar em Portugal”, e cuja acutilante capacidade de previsão política ficara consubstanciada na frase: “é preciso viver muito pouco para não assistir à instauração do socialismo em Portugal”, pronunciada então durante as exéquias de um camarada de partido.

Aqui e ali, muitos adiantam alegações para encontrar explicação para a situação bizarra da democracia portuguesa decretar luto nacional por alguém que tentara, por todos os meios que teve, que ela não visse a luz do dia. É simples – os intelectuais (políticos, jornalistas e agentes culturais) sempre tiveram um fascínio intenso pelo totalitarismo ideológico, principalmente o de esquerda. Os intelectuais desconfiam da «ordem espontânea» dos regimes liberais e compreendem melhor uma ordem «construída». Uma teoria social tipo “chave na mão” fundamentada num corpo “sólido” e atractivo de doutrina sobre a necessidade e o determinismo históricos. Tudo muito bem explicado, com as peças bem encaixadas umas nas outras, e que sirva de modelo explicativo que nos tranquilize sobre o passado e nos arrebate sobre o futuro.

Os intelectuais menosprezam a «ordem espontânea» do mercado, porque esta oferece ao público o que este deseja, enquanto que eles pregam ao público o que ele deve e não deve desejar. O mercado opera dentro de um sistema de preferências e de juízos de valor desinteressante para o intelectual. Por isso, não custa muito compreender que muitos intelectuais confiem mais no Estado do que no mercado. O Estado não funciona por uma «ordem espontânea», mas primordialmente sob a influência de lobbies políticos e sociais, e aqui, os intelectuais (políticos, jornalistas e agentes culturais), e mesmo a MM Guedes, movimentam-se bem e têm uma enorme capacidade de angariar subsídios e favores.

Tudo isto concorreu para que, a partir da primeira década do século XX, os intelectuais se colocassem ao serviço do reverenciamento dos regimes estatizantes e totalitários, das paixões políticas, e se tornassem intelectuais de convicção. O século XX foi o século da organização intelectual dos ódios políticos, porque o totalitarismo ideológico subsiste pelo ódio aos que não partilham das suas convicções. Principalmente na esquerda (ler, por exemplo, as barbaridades que intelectuais com a estatura de Aragon e de Sartre escreveram, e o fascínio que o comunismo causou em gente como Martin du Gard, Gide, Malraux e outros), mas também na direita (por exemplo, Heidegger, Leni Riefenstahl e, entre nós, António Ferro).

O fascínio permaneceu e mesmo que os factos mostrassem, à evidência, os erros e os massacres cometidos por esses regimes estatizantes e totalitários e a perversão a que as respectivas doutrinas conduziram, essa estiva pútrida não foi erradicada do subconsciente colectivo e emerge, sempre que tem oportunidade, sob as mais variadas formas. E tem moldado o pensamento politicamente correcto que tem contagiado toda a nossa comunicação, social ou privada.

Foi essa subserviência perante o fascínio do totalitarismo de esquerda e o pensamento politicamente correcto que levou Sampaio a dizer barbaridades, tais como, «É um grande comandante(!!) que desaparece», «uma grande figura do século XX português», etc.

E são os mesmos que ficam preocupados quando alguns dirigentes russos elogiam Estaline ou alguns portugueses elogiam Salazar. Esquecem-se que não pode haver dois pesos e duas medidas.

Como escrevi há tempos, «a religião é o ópio do povo e a iconolatria ideológica é o ópio dos intelectuais».
Publicado por Joana às junho 15, 2005 02:21 PM

O legado de Cunhal

Fonte: http://semiramis.weblog.com.pt/

O Traspasse de um mito

Considerar a coerência como uma virtude, independentemente do âmbito em que essa coerência se exerce, é uma perversão só justificável pela hipocrisia dos políticos. A coerência na intolerância, a coerência no totalitarismo político e ideológico, a coerência do relativismo moral, a coerência no assassinato do carácter dos opositores não podem ser virtudes, a menos que se tenha perdido o sentido dos valores morais. Elogiar Álvaro Cunhal, gabando-lhe a coerência, só por hipocrisia se pode tomar como elogio.
Tive a possibilidade de assistir à desagregação do PCP numa posição privilegiada, mantendo relações de amizade com um leque muito variado dos protagonistas desse drama. E como eram relações de amizade, despidas de qualquer adesão política, testemunhei, directa, ou indirectamente por via familiar, a forma como as relações entre esses protagonistas evoluíram durante esse período, o que foram dizendo uns dos outros à medida que as posições mútuas iam variando, os processos de intenção que foram movidos e o funcionamento da maledicência tornada em arma política.
Os ódios mais irracionais são os que se geram entre gente da mesma facção política, mas onde as vicissitudes políticas introduziram diferenças de opinião. Álvaro Cunhal criou um partido estilo pós-leninista, ou seja um partido onde o centralismo democrático conduziria fatalmente ao fim do direito de tendência, do direito à opinião diferenciada, do direito a pensar pela própria cabeça e ao dever de ser apenas um eco dos pontos políticos vindos “de cima”. Lenine não viveu tempo suficiente para assistir à perversão total a que o modelo que havia idealizado conduziu, mas tem a responsabilidade histórica de haver criado esse monstro.
Todavia quer em Lenine, quer mesmo em Marx, já havia o gérmen de tudo o que aconteceu depois. O historicismo marxista, ao ter relativizado os princípios e valores morais referindo-os a cada contexto histórico, esvaziou a moral de qualquer conteúdo autónomo, subordinando-a aos interesses da classe que tinha por missão histórica conquistar o poder. Libertado de todo o escrúpulo moral absoluto e intemporal, o marxismo de Marx e Engels deu origem ao leninismo e ao “Socialismo real” de Estaline, Mao, Pol Pot, Kim Il Sung, etc., às ditaduras sangrentas que massacraram dezenas de milhões de seres humanos, com o desiderato de construir o “homem novo”. Um humanismo perverso posto ao serviço da liquidação em massa.
Se Lenine tem a desculpa de não haver assistido ao eclodir do monstro que havia gerado, Cunhal não tem qualquer desculpa. Muitos atribuíram a disciplina espartana e o fechamento ideológico do PCP durante o Salazarismo às necessidades impostas pela clandestinidade. Foi um equívoco, pois o PCP permaneceu igual ao modelo que Álvaro Cunhal tinha instituído, apesar de se ter estabelecido entretanto um regime democrático, da progressiva decadência e posterior implosão dos regimes do Leste, e do contínuo esvaziamento político e eleitoral do PCP.
As armas para manter a ortodoxia de um partido politica e bacteriologicamente puro foram sempre as mesmas: processos de intenção e maledicência. Nada que tivesse conteúdo político ou ideológico, porque o PCP não tem qualquer suporte teórico: Marx é apenas um velhinho de barbas brancas que lhe serve de ícone, diferente do Pai Natal apenas porque não traz brinquedos e nem na quadra do Natal exerce qualquer influência. As influências de Marx são longínquas, indirectas e resultam da regurgitação soviética do marxismo.
Se a eliminação física estava fora do alcance, restava o assassinato do carácter através da maledicência: deixar cair frases sugerindo que o “camarada” X não cumpria as suas tarefas e não tinha qualquer valimento político, aliás nunca tinha tido, visto serem outros camaradas que afinal lhe tinham feito o trabalho até então; que estava a tomar atitudes anti-partido e a ligar-se com gente que pretendia o enfraquecimento e a liquidação do partido; dar a entender que haveria faltas graves no trabalho político do “camarada” X; também surtia efeito, enquanto tal ainda fez sentido, dar a entender que o “camarada” X falara na PIDE. Sempre acusações nebulosas, cheias de subentendidos, mas vazias de factos concretos. O visado só começava a sentir os efeitos quando notava que os “camaradas” se afastavam dele como da peste.
É a táctica do salame – o partido corta fatia a fatia e, em cada corte, todo o restante salame está aliado contra a fatia que sai; a fatia seguinte sofre um tratamento idêntico àquele com que tinha colaborado quando ainda fazia parte do salame, e assim sucessivamente. A mesma táctica que foi utilizada por Estaline para se ver livre de todos os que lhe faziam sombra. No fim, quase toda a velha guarda bolchevique havia sido eliminada.
O mesmo sucedeu com o PCP. Tudo o que se assemelhasse a espírito crítico, a criatividade, a capacidade de ter ideias próprias, foi eliminado num processo que vem desde a década de 40, que tinha estabilizado após Cunhal se tornar líder incontestado do PCP, mas que teve uma última fase após o advento de Gorbatchev e a convicção que internamente começou a ganhar corpo de que o partido estava num impasse político. Os que ousaram contestar a ortodoxia foram sendo eliminados: Zita, o grupo dos 6, José Magalhães e o seu grupo, etc., etc., Carlos Brito (inicialmente apenas marginalizado) e, dois ou três anos depois, João Amaral e os chamados renovadores. Com a progressiva depuração dos protagonistas principais da corrente heterodoxa, foram abandonando o PCP muitos milhares de militantes anónimos que se reconheciam cada vez menos na liderança dos incondicionais. Sobejou uma massa informe, cinzenta, que agora ficou órfã do seu guia político e espiritual.
Aquelas personalidades tiveram sorte, pois o PCP não estava no poder. Não foram exterminadas fisicamente e o assassinato de carácter apenas teve efeitos internos. E as zangas entre cada “fatia” dos depurados (afinal as “fatias” posteriores haviam antes colaborado, por acção ou omissão, na maledicência) foram sendo sucessivamente sanadas.
Ter assistido a esse processo marcou, de algum modo, a minha entrada na idade adulta e a minha mundividência social e política. Vi, embora em miniatura incruenta, a verdadeira face do “Socialismo Real”. A verdade está na realidade dos factos e não na teoria das utopias, e ter convivido com essa realidade foi um poderoso factor de orientação e uma fonte de inspiração no emaranhado das teorias políticas, sociais e económicas.
No fundo todos devemos algo a Álvaro Cunhal – eu, por ter verificado ser imprescindível cotejar e a aferir as teorias políticas e económicas pelas suas consequências práticas; Portugal, porque o centralismo cunhalista transformou um partido incipiente num grande partido de massas e vice-versa; os restantes partidos políticos, porque se deixaram de preocupar com o PCP; etc.. Em contrapartida ele ficou-nos a dever muito, pois ainda pesa sobre nós a herança política, social e económica do PREC – um capitalismo nacional fragilizado; uma Constituição blindada e castradora; o reverenciamento do papel do Estado; uma sociedade onde só reivindicamos os nos inalienáveis direitos, esquecendo que também temos deveres.
E neste balanço, o legado de Álvaro Cunhal é manifestamente negativo.

quinta-feira, junho 16, 2005

Vai ser interessante ver...

Depois das recusas de Guterres, Vitorino, Alegre e agora Vitorino novamente, será que na apresentação do candidato socialista à Presidência da República Sócrates vai dizer que o candidato a apresentar foi desde sempre a sua primeira hipótese?
Eleitoralmente, como vai justificar que o PS não apresente o seu best shot?
E politicamente? Não será o cargo de Presidente da República o mais importante e aquele ao qual os partidos principalmente os mais representativos têm o dever e a responsabilidade de apresentar aos portugueses os mais capazes?
Veremos como estas questões serão tratadas...

quarta-feira, junho 15, 2005

Give me a break

Apesar de ainda esta semana o Governo ter reafirmado que os portugueses se iriam pronunciar em Outubro em Referendo sobre a Constituição Europeia, demonstrando profundo autismo relativamente ao que se estava a passar não só em França e na Holanda mas por toda a Europa, refiram-se os casos da Dinamarca, Itália, Reino Unido. O governo, porque contra factos não há argumentos parece ter-se rendido finalmente às evidências e seguido as opiniões "pessoais" do Ministro dos Negócios Estrangeiros tendo admitido fazer uma pausa para reflexão... Com tantas, tão flagrantes e incontornáveis evidências seria necessário ter demorado tanto tempo?

Volvido um mês

o país encontra-se novamente a braços com uma onda vermelha.
Apesar de diferentes, a primeira mais ingénua que a segunda, estas manifestações possuem em comum o factor emotivo que no desporto é natural mas que politicamente pode ser pernicioso.
Importa não branquear a história e referir que no caso de Álvaro Cunhal, se por um lado o país lhe deverá estar grato pelo seu combate à ditadura por outro, não deve esquecer que, se no período revolucionário as suas ideias tivessem triunfado teríamos um país que teria ficado do lado errado da história com consequências cujo alcance não pode ser aferido com exactidão mas que, dado os exemplos conhecidos não seriam de liberdade de riqueza ou de prosperidade.
Por isso talvez fosse benéfico deixar a onda passar e a história fazer o seu trabalho…

terça-feira, junho 14, 2005

Sócrates bate Santana Lopes ao nomear mais de mil pessoas

13 por dia

Sócrates bate Santana Lopes ao nomear mais de mil pessoas

"O Governo socialista realizou mais de mil nomeações nos primeiros dois meses e meio de mandato, número que ultrapassa as nomeações feitas pelo Executivo de Santana Lopes no período comparável. Nuns casos trata-se da entrada de pessoal para fazer funcionar os gabinetes. Noutros, são decisões políticas ou a habitual dança de cadeiras entre gestores públicos."

Governo já nomeou 50 administradores

"Em três meses, o Governo, já mudou a administração de cerca de 11 empresas de capitais públicos ou participadas pelo Estado. Esta onda de mudanças, movimentou, até ao final da semana passada, segundo um levantamento realizado pelo Jornal de Negócios, quase 40 gestores que entraram para as empresas controladas ou participadas pelo Estado.
Se juntarmos a estas contas os institutos mais ligados a actividades empresariais, designadamente sob a tutela do Ministério da Economia, o número de administrações substituídas por este Executivo ascende a 15, envolvendo cerca de 50 gestores, contando apenas os que mudaram."


in Jornal de Negócios

Fundação Champalimaud

Nenhum outro gesto fez tanto contra a filosofia dos comunistas.

Para quem afirma que as regras de mercado não têm preocupações sociais, nada melhor que um simbolo como o praticado por António Champalimaud.

"Fundação Champalimaud apresentada hoje em Lisboa

A Fundação Champalimaud, a grande surpresa do testamento do empresário António Champalimaud, falecido há pouco mais de um ano, será apresentada publicamente hoje. Presidida por Leonor Beleza, antiga ministra da Saúde, a instituição, tem por objecto a investigação científica na área da medicina."

in Jornal de Negócios

Eurobarómetro encomendado pela Comissão Europeu revela:

Entre os cidadãos dos 25 Estados-membros da União Europeia, os portugueses são os que menos se interessam por política
Porquê?... Aqui, aqui e aqui estão algumas das razões.

Conforme escreveu

"Pela manhã de Junho é que eu iria/ pela última vez." Eugénio de Andrade morreu ontem, entre as 3h30 e as 4h da manhã, na sua casa do Porto, de onde avistava o Douro a entrar no mar e as palmeiras "altas como marinheiros de Homero" no jardim do Passeio Alegre.
Há um verso seu que diz: "Quase se vê daqui, o Verão."
(fonte: Público.pt)

Mercados

Snow diz que a integração dos mercados financeiros é a chave para a Europa

"O secretário do Tesouro dos EUA, John Snow, alertou a União Europeia de que a integração dos mercados financeiros é a chave para um crescimento económico forte e que os 25 países que constituem a UE devem reduzir a burocracia, unir os mercados de capitais e encorajar as fusões e aquisições.

John Snow disse que mais consolidação e menos regulamentação deve ajudar as empresas a crescerem e a apoiar a economia europeia, depois de ter ficado aquém dos EUA em 12 dos últimos 13 anos.

(...)

Os serviços financeiros estão fragmentados na Europa devido a burocracias e proteccionismos governamentais disparatados o que cria desvantagens competitivas em relação aos EUA que tem mais 45% de aquisições que a Europa do que o total dos países da região nos últimos cinco anos até Abril, segundo a Bloomberg."

in Jornal de Negócios

domingo, junho 12, 2005

Sensibilidade e Bom Senso

Segundo o Jornal Público:
Almeida Santos diz que José Sócrates é o primeiro a governar sem pensar em eleições
Em primeiro lugar gostaria de saber onde é que este Senhor esteve de 2002 a 2005?
E depois se não se lembra (e se se lembra que conclusões tirou e que responsabilidades assumiu) do período em que foi presidente do PS e o seu partido então no governo decidia em função das sondagens; entregava aos seus boys os Jobs do aparelho de Estado; concebeu e alimentou o monstruoso défice; aumentou de 500.00 para 700.000 funcionários públicos; criou as SCUT's, que agora incompreensivelmente se mantêm, depois do Governo anterior ter reposto as portagens na CREL e ter, em tempo de campanha reafirmado que iria acabar com as SCUT's, arcando com os pesadissimos custos eleitorais dessa decisão... Socrates não quis nem quer ouvir falar em acabar com SCUT's, continuando dessa forma a alimentar o monstro que ajudou a conceber...
Porque será Dr. Almeida Santos?

sábado, junho 11, 2005

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades



Muitas vezes a história tem a resposta para os problemas contemporâneos. Nesta imagem está tudo que Portugal precisa hoje: Visão, Coragem, Conhecimento, Empreendimento...

Engolir sapos ideológicos

O problema, como sempre, é ideológico.

O principal problema de boa parte dos países europeus (França, Alemanha, Portugal…) é claro e objectivo: o modelo social está falido. E o actual sentimento de desconforto advém dessa falência que ainda não foi declarada. Não há coragem política. E, por isso, caminhamos para um beco sem saída.

Mais: o actual sentimento de desconforto é reforçado pela desorientação da esquerda. Ficaram sem o socialismo. Estão a ficar sem a social-democracia. O único caminho digno (digno para os países e para as populações; será, certamente, “indigno” para estas ideologias que resistem ao esclarecedor passar do tempo) é o seguinte: As esquerdas continentais têm seguir soluções ao estilo da chamada terceira-via. Têm de entrar, enfim, na história do liberalismo, mais concretamente no chamado “Social-Liberalism”. É esta a razão do mal-estar. Não querem dar o pulo ideológico. Não querem admitir que o liberalismo, afinal, ganhou mesmo… Até continuariam a ser de esquerda, mas passariam a ser liberais. E isso é muito difícil de assumir. Como sabemos, não é fácil engolir sapos ideológicos.

"Miserável Capitalista"

Segundo o Finantial Times, Steve McCracken, empresário americano da O-I, escolheu instalar-se na Suiça em vez da Europa comunitária para a sua sede europeia. Segundo o empresário a UE adoptou uma estrutura legal e institucional “socialista”, que actua como um travão à actividade empresarial.

Certamente que haverá por cá muita gente orgulhosa com a expulsão de mais um miserável capitalista americano. Afinal foi para expulsar capitalistas (em particular americanos) que o socialismo se fez.

Deste modo vamos nós, alegremente caminhando para um estado social que todos se poderão candidatar justamente ao Rendimento Social de Inserção, tipo Cuba ou mesmo tipo Coreia do Norte...

Será que não percebem...

sexta-feira, junho 10, 2005

O Igualitarismo que pague a crise

O estado tem que cortar na despesa... Aumentar os impostos é continuar a alimentar o monstro...

Senão vejamos:
1. A crise orçamental é uma crise de crescimento do estado: o estado não consegue cobrar impostos à velocidade a que os gasta. Dito de outra forma, o estado é bom a gastar, mas ainda não é bom a cobrar. Do ponto de vista do estado e das suas clientelas, o que tem que se melhorar é a cobrança de impostos aos outros, ou seja, àqueles que não são nem o estado nem as suas clientelas. Do ponto de vista de um liberal, o estado tem que cortar na despesa.

2. Surgiu entretanto uma nova teoria: os sacrifícios devem ser distribuidos por «todos». É claro que cada um interpreta estes «todos» como «os outros». Assim, em o lema «os sacrifícios devem ser pagos por todos» é atraente porque toda a gente o interpreta como «os sacrifícios devem ser distribuidos por todos os outros porque eu sou especial».

3. Ainda por cima esta ideia de que «os sacrifícios devem ser distribuidos por todos» é uma ideia socialista, igualzinha a todas as outras ideias socialistas que criaram o problema. Se fosse levada a sério, e não é, não permitiria resolver coisa nenhuma porque o problema só se resolve se uns pagarem a crise e outros não. 4. Foi o igualitarismo que causou o problema. O problema só se resolve se os que tiveram privilégios injustificados durante estes anos todos pagarem a crise. A dificuldade está em descobrir quem eles são.

O espectro liberal

O espectro liberal - por Rui Ramos em

http://www.diarioeconomico.com/edicion/noticia/0,2458,641029,00.html

As Agruras do Estado Social

vide http://www.causaliberal.net/documentosMN/TWSWI.htm

Engenharia Genética e Liberalismo.

No artigo “Rawls e a Engenharia Genética”, Manuel Meneses de Sequeira aprecia o enquadramento da engenharia genética nos escritos de John Rawls. (vide http://www.causaliberal.net/documentosMMS/rawlseg.htm).
O escrito afasta uma certa Engenharia Genética dos preceitos liberais.

Em essência estou integralmente de acordo com Rawls quando afirma “é do interesse de cada um possuir maiores bens naturais” (é esta uma afirmação nuclear do conceito liberal). Como consequência é legitimo que “as partes pretendem garantir aos seus descendentes o melhor legado genético”. Assim, “a prossecução de políticas razoáveis deste ponto de vista é algo que as gerações devem às que se lhes seguem […]” e, “ao longo do tempo, a sociedade deve tomar medidas para pelo menos preservar o nível geral de aptidões naturais e para prevenir a difusão de defeitos graves”, podendo mesmo conjecturar-se que “a longo prazo, se existir um limite máximo das aptidões, se atingirá por fim uma sociedade com a maior liberdade equitativa cujos membros gozam do maior talento equitativo”.

A divergência começa, em relação ao defendido por Francis Fukuyama, quanto à actividade reguladora do estado para estes casos. Isso seria condicionar de modo sistemático a essência do Homem. Planear geneticamente um Homem modelar seria permitir, sob a fachada de criar um Homem com majoração de aptidões, limitar a liberdade de ser humano. Quem, ou que entidade passaria a ter poder de controlo sobre a definição da base genética a ser opção para a sociedade optimizada? Como seria possível avaliar a bondade das opções tomadas? Este parece-me ser o melhor caminho para condicionar a condição humana, coarctando o Homem da liberdade de que não sentirá sequer necessidade.

Será o indivíduo que não reclama os valores liberais, porque nunca lhe foram apresentados, livre?
Houve quem o tentasse, com ferramentas sociais, nomeadamente vedando aos cidadãos o acesso à cultura.

Quem conhece neurologia sabe que é possível amputar o ser humano da crítica, bastando para tal eliminar uma área específica do córtex frontal. Este ser humano pode mesmo ter aptidões que o tornem extremamente competitivo em várias áreas da vida social. Faltar-lhe-á algo de fundamental na vida de relação, a possibilidade de expressar emoções. Esta não é certamente uma visão liberal do indivíduo em sociedade.

Esta é, em última análise, uma imagem do oposto do conceito liberal. Uma sociedade em que os seus elementos vivem realizados, porque cumprem estritamente o papel social que lhes assiste. Não tendo qualquer pulsão que questione, em tempo real, o papel lhe é atribuído. Porque alguma entidade o condicionou, de modo genético, cirúrgico ou medicamentoso. Esta poderá ser uma aproximação ao ideal Comunista, não ao Liberal.
Retirar do Homem o que o torna insatisfeito com as realizações passadas, é retirar-lhe o impulso motivador de novas realizações. Tirar ao humano a pulsão que o move, no sentido de ser mais competitivo que o seu vizinho (com os mais variados fins, em última análise afirmando os seu genes como mais válidos), é certamente contrário ao conceito Liberal. É este o motor do desenvolvimento humano, aquele que tende a impulsionar o Homem para o desenvolvimento tecnológico. Desenvolvimento tecnológico que possibilitou chegar ao momento actual em que pudemos questionar e interferir com a essência da humanidade, talvez fazendo-a avançar por caminhos novos. Eliminar preconceitos e criar um ser novo (pós-humano?).

A base do Liberalismo será permitir à condição humana seguir um caminho de selecção natural, favorecendo os mais fortes, porque mais aptos a legar os seus genes. Não sendo um qualquer entidade reguladora (do Estado) a definir qual o melhor caminho para o espécie.

Por analogia ao que acontece com a economia, será previsivel que tal entidade acabe por corromper a competitividade, por leis de desciminação positiva carregadas de "boas intenções", destruindo os equilibrios estabelecidos pelas leis do mercado.

quinta-feira, junho 09, 2005

Governo.

"Acredito na liberdade, como único meio de realização do Homem.

Defendo que poder e a autoridade governativos devem ser limitados por um sistema de regras e práticas constitucionais no qual a liberdade individual e a igualdade dos indivíduos sejam respeitados sob o domínio da lei.

As actividades autoritárias ou coercivas do governo devem restringir-se ao mínimo exigido para manter a justiça.

Faz parte da actividade governativa o planeamento e execução de um contrato social racional que promova o bem estar geral. Para tal deverá projectar-se regulamentação constitucional da política fiscal e monetária, de modo a evitar arbitrariedades na política de tributação. Esta deverá ser orientada por regras gerais, de tal modo que os governos sejam impedidos, nas suas actividades de serviço, de refrear a liberdade económica de modos subtis e encobertos.

Quanto ao papel do governo no plano macro-económico, a experiência histórica sugere que as políticas intervencionistas são autolimitadas nos seus efeitos e agravam as desordens que pretendem resolver, pelo que não parece haver justificação racional para a opinião comum de que o planeamento económico possa fazer melhor que o mercado livre."


in www.repto.com

Recebi hoje o texto que se segue.

É "só" um sintoma do estado das coisas que por cá grassam.

Já pudemos começar a refazer as contas com as percentagens que estão anunciadas. Bem vistas as coisas, não será assim tão absurdo.

cumprimentos.

União Europeia


Acredito numa União de Estados que partilhem um conjunto de valores políticos e sociais. União esta, alicerçada num conjunto de regras minimalista, em que bens e pessoas circulem livremente. Uma EU em que a iniciativa privada seja estimulada e não limitada por uma carga de regras impossível de respeitar, convidando à criação de estratagemas que corrompem a concorrência. Uma União que não tem em consideração negociatas tendentes a favorecer um qualquer estado ou grupo social, político ou religioso.

Apesar de ter a minha confissão religiosa, acredito que deverá existir uma separação total entre estados e religiões, porque é este um dos princípios fundamentais da tolerância. É a tolerância à diferença que sustenta a paz.

Porque não quero trazer o conflito para dentro da casa Europeia, acho que deve ser assumido pela família que Estados que historicamente se distanciam dos valores partilhados pela União, não devem fazer desta fazer parte. A insistência por parte dos nossos políticos em trazer Estados como a Turquia para a União é um erro grave, porque os cidadãos europeus não o desejam. Sempre que os lideres políticos quiserem trazer algum novo membro para o União, faça-se um referendo interessando todos os cidadãos da União. Aceite-se a decisão democraticamente manifestada.


A União será forte quando houver um sentimento geral de segurança em todos os Estados que a compõem. Os cidadãos saberão responder pelas decisões por eles tomadas, nunca à sua rebelia.

Acredito nessa União Europeia.

As Agruras do Estado Social

As Agruras do estado Social

Carta ao Ex.mo Sr. Primeiro Ministro

Caro Sr. Primeiro-Ministro,

Venho por meio desta comunicação manifestar meu total apoio ao seu esforço de modernização do nosso país. Como cidadão comum, não tenho muito mais a oferecer além do meu trabalho, mas já que o tema da moda é Reforma Tributária, percebi que posso definitivamente contribuir mais.
Vou explicar:
Na actual legislação, pago na fonte 31% do meu salário 20 para o IRS e 11 para a Segurança Social. Como pode ver, sou um cidadão afortunado. Cada vez que eu, no supermercado, gasto o que o meu patrão me pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19% para si (31+19="50).
Sou obrigado a concordar que é pouco dinheiro para o governo fazer tudo aquilo que promete ao cidadão em tempo de campanha eleitoral.
Mas o meu patrão é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75% daquilo que me paga para a Segurança Social. E ainda 33% para o Estado 50+23,75+33="106,75).
Além disso quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.

A minha sugestão, é invertermos os percentuais. A partir do próximo mês autorizo o Governo a ficar com 100% do meu salário. Funcionaria assim: Eu fico com 6,75% limpinhos, sem qualquer ónus mas o Governo fica com as contas de:
- Despesas Escolares, - Seguro de Saúde, - Despesas com médicos, - Medicamentos, - Materiais escolares, - Condomínio, - Água, - Luz, - Telefone, - Energia, - Supermercado, - Gasolina, - Vestuário, - Lazer, - Portagens, - Cultura, - Contribuição Autárquica, - IVA, - IRS, - IRC, - Imposto de Circulação, - Segurança Social, - Seguro do carro, - Inspecção Periódica, - Taxas do Lixo, reciclagem, esgotos e saneamento, - E todas as outras taxas que nos impinge todos os dias. - Previdência privada e qualquer taxa extra que por ventura seja repentinamente criada por qualquer dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Um abraço Sr. Primeiro-Ministro e muito boa sorte, do fundo do meu coração!

Ass: Um trabalhador que já não mais sabe o que fazer para conseguir sobreviver com dignidade.

PS: Podemos até negociar a percentagem!!!

terça-feira, junho 07, 2005

Depois de mim virá quem de mim bom fará...

Instada a comentar o pacote de reformas aprovado pelo actual executivo, Manuela Ferreira Leite terá dito:
"Depois de mim virá quem de mim bom fará"
O jornalista ainda tentou questioná-la sobre as evidentes contradições entre as criticas feitas pelo PS à sua política e a prática governativa seguida, mas a ex-ministra não quis comentar. Disse apenas que o tempo já lhe deu razão.

Can this union be saved?

Can this union be saved?

Jun 6th 2005
From The Economist Global Agenda

(Este texto também pode ser lido no link dos comentários)

segunda-feira, junho 06, 2005

Quem Tudo Quer, Tudo Perde!

"O BE quer tributar as grandes fortunas. O problema é que as grandes fortunas estão-se nas tintas para o BE. Se as chateiam, vão-se embora. O Luxemburgo, por exemplo, diverte-se imenso cada vez que algum país das UE cheio de inteligentes resolve aumentar impostos.

É muito fácil deslocalizar uma grande fortuna. Todos os bancos da Lusolândia explicam como é que isto se faz aos seus clientes de private banking. Chamam-lhe optimização fiscal, para disfarçar.

E não vale a pena correr atrás de bruxas. Quando Sócrates quiser impedir a banca portuguesa de ajudar os seus clientes a poupar nos impostos, entram os bancos estrangeiros em acção.

A tributação das "grandes fortunas" é uma óptima solução para retirar recursos de Portugal e oferecê-los a terceiros. Foi o que aconteceu com o património imobiliário da Sonae Sierra, que já não é português mas holandês, por causa do excesso de impostos. Do mesmo modo que o anunciado "ataque" ao offshore da Madeira é uma excelente notícia para Gibraltar. Nada melhor do que o suicídio anunciado da concorrência para aumentar quotas de mercado.

O BE e muitos outros portugueses bem intencionados também deliraram com a proposta de Sócrates de aumentar o IRS para 42% acima dos 60.000 euros. Os ricos que paguem a crise. Vale a pena fazer contas. 60.000 euros por ano correspondem a pouco mais de 2.500 euros liquidos por mês, ainda antes de falarmos de IVAs, ISPs, IAs, ISs, ITs e quejandos. Somos um país de Onassis's. Nenhuma outra nação da UE tem tantos ricos como nós.

Lembro-me que em 1999 recebi um dossier feito por uns especialistas fiscais duma consultora conhecida na praça. Traziam uma proposta chave-na-mão: a deslocalização de salários dos principais quadros do grupo. Enganados por uma notícia do Expresso, pensavam que a empresa era propriedade duma multinacional.

A proposta era simples. Os quadros que ganhavam mais de 1000 contos por mês passavam a receber apenas 300 contos em Portugal. O resto seria depositado numa conta no estrangeiro por uma empresa do grupo sediada noutro país qualquer de impostos mais baixos. Essa empresa facturaria à empresa portuguesa os custos salariais dos quadros deslocalizados acrescidos duma pequena margem. O IRS e a Segurança Social passariam a ser pagos nesse país e poupava-se uma pipa de massa.

Ganhavam os trabalhadores, ganhava a empresa, ganhava o país de baixos impostos, perdia o fisco português. A proposta não era original. Foi também por causa deste tipo de acções por parte de algumas empresas que no fim dos anos 90 se começou a inverter a tendência fiscal de agravamento constante de impostos que se verificava na Suécia. O copo entornou no dia em que o Banco da Escandinávia mudou a sua administração de Estocolmo para Londres.

Na altura, expliquei aos senhores que a notícia do jornal estava errada e que não tínhamos empresas no estrangeiro para deslocalizar salários. Ah, que pena, disseram os senhores e então, adeus e até ver que temos mais 50 para visitar. Contei esta história a alguns amigos, na altura. Na passada Sexta-Feira, um deles telefonou-me. Estão a estudar a deslocalização de salários de quadros técnicos superiores. 42% de IRS + 11% de TSU, mais 23,5% de contribuição da empresa, é demais. Bem mais de metade é para alimentar o monstro. Isto faz-se por metade do preço noutros sítios. Vai ser opção de cada quadro. A empresa paga o mesmo. Os funcionários escolhem livremente entre as opções disponíveis.

Hoje falávamos desta história numa reunião com responsáveis de uma empresa com capitais públicos. Os capitais são públicos, mas as decisões são do mesmo género. Resolveram estender a todos os funcionários a hipótese de substituírem os aumentos de 2005 e 2006 por fringe benefits. Carros, plafonds de cartão de crédito, combustíveis, despesas de representação, até aqui reservados para a administração e quadros de topo passam a ser um menu livre à escolha de todos os quadros. É para poupar nos impostos, ganha a empresa e ganha o trabalhador.

Eu acho muito bem. A existência destas alternativas acaba por ser um dos poucos travões que ainda podem ajudar a desacelerar a sanha fiscal dos governos portugueses. E afinal, são apenas sucedâneos de uma outra história que todos ouvimos quando éramos pequenos. A Galinha dos Ovos de Ouro."

de http://jaquinzinhos.blogspot.com/2005/05/quem-tudo-quer-tudo-perde-o-be-quer.html

"Some Comments on the Draft EU Constitution's Exit Proposal" de Robert W. McGee(Adam Smith Institute"

http://www.adamsmith.org/cissues/exit-proposal.htm

domingo, junho 05, 2005

"O Défice Social" de André Abrantes Amaral (O Insurgente)

http://oinsurgente.blogspot.com/2005/05/o-dfice-social.html

Nomeações – A dança dos “Superboys”, foi extraido da VISÃO, N.º 639 * 2 a 8 Junho 2005 * pp 56-58.

Nomeações – A dança dos “Superboys”

“Enquanto a nova lei não chega, o Executivo de José sócrates vai nomeando gente todos os dias. Dos 894 despachos já publicados, 110 não dizem respeito a pessoal de gabinetes ministeriais.
Ainda não passaram 3 meses desde que José Sócrates tomou posse e já emitiu 894 nomeações. Dessas, 784 são para gabinetes dos governantes e 110 para institutos, programas operacionais, direcções-gerais, unidades de missão ou conselhos de administração de empresas como a Docapesca. Para apresentar os números que aqui se publicam, a VISÃO foi contando e estudando diariamente os despachos à medida que eles iam saindo em Diário da República (DR). As quase 900 nomeações assinadas neste período foram publicadas em 36 DRs, o que dá uma média de 24,8 despachos por edição.
Ao chegar ao Governo, Sócrates fez saber que não avançaria com nomeações enquanto não houvesse uma lei clara sobre os cargos de confiança política e os de carreira. O primeiro-ministro deu a entender que, voluntariamente, o seu Executivo ficaria numa espécie de período de gestão, nomeando apenas as pessoas necessárias para o funcionamento da máquina.
Só que a lei ainda não conheceu a luz do dia, ao contrário das nomeações para diversos organismos públicos. Os actuais gestores da Intervenção Operacionalda educação e Saúde, os conselhos directivos do IAPMEI, ICEP, ITP, INFTUR, INPI, CMVM e PRIME, o novo director-nacional da PSP, os dirigentes dos Recursos Florestais, do LNEC, do IEFP, do IGFSE e das direcções-regionais da Educação foram todos escolhidos depois de Sócrates ter prometido contenção.
Na última reunião de governantes, foi ainda proposto que se retomasse a regra de ser o Executivo a escolher os presidentes das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional.

Mais despachados que despachos
O número de pessoas despachadas para os mais diversos cargos pelos actuais governantes é, no entanto, superior ao número dos despachos emitidos, uma vez que alguns diplomas dizem respeito a 3, 9 ou 16 elementos. Um deles, assinado pelo ministro da Saúde, nomeia de uma só vez os 17 membros do Grupo Técnico para a Reforma dos Cuidados de Saúde Primários e respectivo grupo e apoio complementar e consultivo.
Dá-se ainda o caso de, quando o assunto são empresas com participação estatal, as nomeações não poderem ser contabilizadas por não passarem pelo DR. O que não significa que fiquem no segredo dos deuses.
Nos últimos dias, a comunicação social deu conta de várias “escolhas” desse tipo. Nuno Cardoso, ex-presidente da Câmara do Porto, foi indicado para administrador das Águas de Portugal. Luís Nazaré, um socialista com currículo na área da comunicação, vai presidir ao conselho de administração dos CTT. Fernado Gomes, por seu turno, será administrador da Galp com o pelouro do petróleo e do imobiliário, passando a movimentar-se numa área de negócio para o qual o próprio se mostrou surpreendido. Ainda na Galp foram reconduzidos José Penedos, Pina Moura e Eduardo Fernandes (todos do PS). (...)”

sábado, junho 04, 2005

Erro de Casting...

Portugal precisava de um Governo de Reformadores, não de reformados...

P.S. Será que por este lapsus linguae Sampaio vai demitir o Governo?... Hummm... não sei porquê mas... não me parece!

Europa, Democracia e Liberalismo (excertos)

A ler: O “Não” do Liberalismo Clássico ou como proteger a Europa Kantiana

Meus caros, a democracia, por enquanto, é garantida pelos diversos estados e não por uma sociedade europeia de cidadãos. Aliás, não há cidadãos europeus. Há cidadãos franceses e holandeses, porque só há democracia na Holanda e na França e não em “Bruxelas”. Esta é a grande questão: os burocratas de Bruxelas não são eleitos por ninguém. Não prestam “accountability”. E sem essa “prestação de contas” não existe democracia liberal. Enquanto cidadão, não posso tolerar que a minha vida seja controlada por um burocrata que não presta contas e sobre quem o meu voto não tem efeito. Não estou a defender a “soberania”. Estou a proteger a “democracia liberal”. Entenda-se isto, por favor.
(...)
O caminho continua a pertencer aos estados governados por democracias liberais. A Europa deve ser kantiana, isto é, deve ser uma “federação” de PAÍSES com os mesmos preceitos institucionais (atenção: “preceitos institucionais” – público - não é sinónimo de “valores morais” - privado).
(...)
Através do prisma dum liberal clássico, o problema não é nem nunca foi a “Europa”. O problema tem três faces: a França, a Social-Democracia alemã e a Filosofia Alemã pós-nacional.

Pedregulhos!



Parece que "alguém" já se apercebeu que anda qualquer coisa no ar!

Pedregulhos!

Porque interessa exercer o dever de opinião. Cá estou a participar como "member" do areianaengrenagem.blogspot.com.

Obrigado pela formalização da oportunidade/convite.

Campos e Cunha, também tu?

Acabo de ouvir no Jornal da Noite da SIC (de 2005-06-03) que Campos e Cunha, o Ministro das Finanças que supostamente anda a "moralizar" os privilégios dos servidores do Estado, afinal acumula nos seus rendimentos uma churuda pensão por ter sido Vice-Governador do Banco de Portugal, tendo, aliás, o direito a tal pensão sido decidido pela Direcção do BP a que o Ministro pertenceu.
Se juntarmos esta notícia a todas as outras que já tivemos sobre a “moralização” que este Governo tem levado a cabo (por ex. nomeação desse decano dos gestores empresariais Portugueses que é o Fernando Gomes, a volta atrás no fim das pensões dos deputados, …) ficamos confiantes e descansados porque o país está muito bem entregue…

sexta-feira, junho 03, 2005

Alimentar o Monstro

Alimentar o monstro
Usando a metáfora certeira, a despesa pública no estado em que está é como um monstro que come o nosso mísero rendimento. Ora, se algum de vocês tivesse um “bicho” desses lá em casa (ou mesmo se fosse apenas um rato ou uma barata) o que faria? Ver-se livre dele seria o que um “bom chefe de família” faria. Mas não um Primeiro-ministro, um Primeiro-ministro dá-lhe de comer. Não é para isso que vai servir o brutal aumento de impostos agora anunciado?

Fomos enganados!
O Sr. Primeiro-Ministro disse, na quarta-feira 25 de Maio, que tinha a consciência que, ao aumentar os impostos, estava a violar uma promessa, mas que seria a única promessa que iria quebrar.Pois, Sr. Primeiro-ministro, não é simplesmente a única: é a promessa mais importante! Aliás, pode dizer-se que era a única realmente importante para a grande maioria dos eleitores. Na verdade, não fez muito mais promessas e as que fez significam um aumento da despesa pública inútil, mais um sugar dos nossos impostos para quase nada.
Soube-se, entretanto, que o Governo se prepara para quebrar outras (das poucas) promessas que fez. Com efeito, percebeu-se pelos números do programa de estabilidade e crescimento que afinal já não vão ser criados os tais 150 mil novos empregos.
E aquela de só ser admitido um funcionário público por cada dois que passassem à reforma passou de obrigatório a indicativo, que o mesmo é dizer que não vai ser cumprido.
Até mesmo as promessas feitas recentemente, como a do fim de privilégios para os políticos, estão prestes a ser quebradas. Na verdade, em face da pressão da bancada parlamentar socialista, o Ministro das finanças já admitiu que, afinal, o fim das reformas para os deputados pode só se aplicar aos futuros e não aos actuais deputados. Enfim, mais exemplos se puderiam dar...

O Robim da Cidade (aquele que rouba a quase todos para dar aos Lobbies)
O Sr. Primeiro-Ministro disse que com o Colossal aumento de impostos e as demais medidas que promoveu serviriam para no fim do ano baixar o défice para 6,2%.Pois, convém começar por notar que, segundo o badaladíssimo relatório do Banco de Portugal (o tal dos 6,83%), o défice em 2004 foi de pouco mais de 5%, o que quer dizer que sob a sua égide haverá não uma diminuição, mas um significativo aumento do défice. Ora isto significa que o aumento de impostos servirá não para diminuir o défice mas para dar mais dinheiro aos lobbies. É uma fraude! E um esbulho!!!

O Neo-Totalitarismo
Uma das medidas que foi anunciada para fazer face à grave crise financeira é tornar as declarações de rendimento públicas. Isto quer dizer que as declarações que todos os anos os contribuintes têm de apresentar passam a ser escrutináveis por qualquer pessoa.
O Estado não só se arroga o direito de devassar a nossa vida como entende que não temos direito a ter qualquer reserva de intimidade. Toda a nossa vida passa a estar na praça pública, para que todos a espiem e, se descobrirem algo “estranho”, para que denunciem. (juntem isto ao fim do sigilo bancário…)
Eu poderia lembrar que isto coloca muita gente em situações de risco (certamente haverá muitos criminosos que vão agradecer que o Estado os ajude a saber onde podem ir buscar mais fontes de rendimento: mais pessoas a quem podem chantagiar, a quem podem roubar, enfim…), mas o que me parece mais importante é denunciar a lógica deste medida: o Estado promove a inveja e nega o direito à reserva de intimidade e da vida privada. A partir de agora toda a vida financeira das pessoas e das famílias passa a ser pública. Sim, sim. Aquele empregosito que não gostaria que ninguém soubesse que tem… aquelas despesas de saúde… e isto é só o início. Esta lógica vai-nos levar muito longe… nada escapa a este Estado!
Ainda acham que isto é um Estado Neo-liberal?

Resistência não violenta (ao vampirismo)
Perante este Estado esbulhador (sim esbulhador: tudo somado (IVA, IRS, IRC, Impostos especiais sobre o consumo, taxas, emolumentos) cobra-nos mais de metade do nosso rendimento, e o que é que nos dá em troca?) já há movimentações para que se faça uma revolução.
Eu reconheço que há razões para isso. Na verdade nos últimos três anos o IVA subiu 4%, o imposto sobre os combustíveis, o IRS, o imposto sobre o tabaco, o imposto sobre o álcool, as custas dos tribunais, a taxa da rádio (entretanto convertida em taxa do audiovisual), enfim, é só lembrarem-se de taxas, impostos, emulumentos ou custas e vão ver que subiram.Mas ainda que haja razões para uma revoloção, creio que é melhor adoptar métodos pacíficos: por isso apelo à resistência pacífica, que tal se fizéssemos como fez o Ghandi?Também nós precisamos de nos ver livres deste jugo!

quinta-feira, junho 02, 2005

Trabalho e sucesso (2)

É lamentável que a cegueira ideológica dessas pessoas nao lhes permita perceber que a responsabilidade social das empresas consiste, precisamente, na busca do lucro.Se assim não fosse não haveria os sussecivos ganhos de eficiência e produtividade que têm permitido o aumento do rendimento.Se olhassem com atenção perceberiam facilmente que o responsável por em Portugal os preços serem mais elevados do que noutros países é o Estado e não as empresas, ora porque cobra impostos superiores, ora por causa dos custos da burocracia, ora ainda porque limita a concorrência, protegendo as más empresas em detrimento das boas.
Se houver realmente livre concorrência uma empresa só tem lucro se oferecer algo que os consumidores querem e o fizer em melhores condições do que as demais.
O problema de Portugal não está nos lucros das empresas, está sim no custo do Estado (que como sabemos está refém de algumas corporações... e não das empresas...)

(tentei colocar este comentário no Barnabé - blog de onde provém a o texto citado -, mas não consegui, era preciso fazer um registo - não surpreende que exijam tal burocracia, faz parte da sua matriz cultural)