OE 2006 dúvidas e discordâncias de fundo.
Por um lado o Governo insiste na manutenção do regime das auto-estradas sem custos para o utilizador (Scut) e na construção dos "mega-investimentos" da Ota e do TVG, isto, a par da ausência daquilo que é realmente importante: a redefinição das funções do Estado.
Porque não optar transferir mais Estado para a esfera dos privados no sentido do princípio de ter menos Estado mas um Estado mais forte? Foi avançada pelo Vice Presidente da Bancada Parlamentar do PSD a proposta de transferir os serviços de transporte da Grande Lisboa para o sector privado e da rede de creches para a "esfera social", seria um bom começo.
Tal como foi já referido noutro post o OE 2006 suscita sérias e fundadas dúvidas no que se refere ao cenário macro-económico muito optimista que é proposto e a previsão pouco prudente do aumento em cerca de seis por cento das exportações.O Governo não diz como vai reduzir as despesas. O discurso do senhor ministro das Finanças foi neste campo vago e pouco ambicioso.É efectuada a previsão de que a economia portuguesa cresça 1,1 por cento no próximo ano, menos do que o inicialmente previsto pelo Governo (1,4 por cento), mas o dobro do estimado para 2005.
Temos deste modo, um orçamento com o selo Socialista: vago e pouco ambicioso no corte da despesa e demasiadamente optimista no que diz respeito ao crescimento da economia.
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