quinta-feira, novembro 24, 2005

25 de Novembro 1975

A ler no DN de hoje um excelente e clarificador artigo de Sarsfield Cabral sobre o 25 de Novembro porque é importante ter memória. Foi aí que de facto surgiu a base do Portugal moderno e democrático e não nos tempos de anarquia e de caos que precederam essa data.

Têm-se levantado vozes apelando a que não se perca a memória do que foi o regime anterior ao 25 de Abril. (…)Mas a preservação da memória não pode ser selectiva.
Amanhã passam 30 anos sobre uma data decisiva da nossa história recente, o 25 de Novembro de 1975. No entanto, o poder político parece ter vergonha em comemorar este acontecimento, sem o qual não haveria democracia pluralista em Portugal. (…)
E alguns dos que mais corajosamente os combateram em 1975 (como Mário Soares) mostram agora simpatia pelas posições daquela esquerda, hoje polarizada na luta contra a globalização.
O 25 de Novembro, data que dá ao general Eanes um lugar na história do país, encerrou um período extraordinário. Durante meses, não houve Estado. A Assembleia Constituinte foi cercada e os deputados (excepto os do PC) sequestrados. A embaixada de Espanha foi assaltada e vandalizada. Bandos de populares e de soldados descompostos faziam barreiras nas estradas e revistavam carros. Os recrutas juravam bandeira de punho cerrado e gritando palavras de ordem ditadas pela extrema-esquerda. O Governo entrou em greve. E não encontrou outro meio de calar a ocupada Rádio Renascença do que destruir à bomba a sua antena de emissão.
Tempo de liberdade, chamam-lhe hoje os nostálgicos da anarquia. Como se pudesse haver liberdade sem um mínimo de ordem e segurança. Sem Estado, impera a lei da selva. Eis uma lição que não pode ser esquecida.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"Tempo de liberdade, chamam-lhe hoje os nostálgicos da anarquia. Como se pudesse haver liberdade sem um mínimo de ordem e segurança. Sem Estado, impera a lei da selva. Eis uma lição que não pode ser esquecida."

Pois. Agora, não sei porquê, lembrei-me do Iraque.

2:50 da tarde  

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