segunda-feira, novembro 14, 2005

Aprender com o exemplo

O presidente chinês, Hu Jintao, inicia hoje uma visita oficial a Espanha marcada pela assinatura de um acordo de associação bilateral estratégica, centrado no reforço das relações económicas e comerciais entre os dois países.
O acordo, idêntico aos que a China já assinou com o Reino Unido, Alemanha e Canadá, entre outros países, faz de Pequim e Madrid "sócios privilegiados" nos campos políticos, económico, cultural e das relações internacionais.
Esta visita prova por si só do facto de que hoje a Espanha é um dos protagonistas na cena internacional quer a nível político quer ao nível económico. No início da década de noventa o peso económico Português e Espanhol era comparável… Hoje o fosso é gigantesco!
Desde que Aznar assumiu a chefia do Governo, a Espanha passou a ter um rumo, uma estratégia. Começou por onde tinha de começar: arrumar a casa, acabar com o défice sem nesse esforço onerar mais os contribuintes (cidadãos ou empresas), e de uma forma decidida reduzir do peso do Estado, criando um Estado com uma máquina menor mas simultaneamente mais ágil sendo na sua essência regulador e fiscalizador. A partir daí projectou-se no mundo começando por consolidar a sua posição na UE e por potenciar as suas relações privilegiadas com a América latina e com os Estados Unidos cuja comunidade Hispânica possui uma cada vez mais proeminente influência e cujo peso foi determinante para a reeleição do Presidente Bush.
Hoje colhe os frutos dessa estratégia sendo uma fortíssima candidata a alargar o grupo dos G8.
E Portugal? Portugal foi ultrapassado pelos países que há dez anos estavam ao seu nível: a Irlanda, a Grécia para além claro, da Espanha, tendo-o sido ainda mais recentemente por dois dos países que aderiram à União Europeia no último alargamento, continuando com um crescimento inferior à media daquele que se verifica nos restantes países da UE.
Face a isto que fazer? Já que não fizemos o mesmo ao mesmo tempo dos espanhóis, aprendamos pelo menos com o seu exemplo, sendo certo que o caminho que temos que percorrer não se fará aumentando a despesa pública compensando-a com aumento de impostos como se verifica no Orçamento de Estado aprovado na semana passada.