segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Que sociedade

Existe em Portugal um grupo de pessoas que com a falência dos seus ideais económicos e sociais elegeram como cavalo de batalha a luta contra a religião e a luta contra a família.

De facto, depois do falhanço económico das políticas que propunha e que preconizou, que fez esquecer velhos mitos da "sociedade sem classes" e "ditadura do proletariado", - veja-se a situação ainda muito actual da luta contra o capital, a visão conflituante da empresa; a defesa da intervenção do Estado, toda paga com impostos dos trabalhadores, - esse grupo de pessoas virou-se contra a religião.Nesta nova “era” essa velha ideologia, hábil no relacionamento com os média, não parece que possa invocar-se como outrora, como defensora da causa dos mais pobres e dos mais desfavorecidos.

Os seus seguidores, por um lado, estão de forma sistemática a atacar a igreja, cujas instituições sociais escolas, hospitais, lares, misericórdias, centros de acolhimento de imigrantes, etc, etc, etc, são os apoios sociais de que os pobres e desfavorecidos carecem.
A par da luta contra a religião, esquerda passou a promover temas que, mais uma vez, nada têm a ver com o interesse dos pobres. Questões como o aborto, a eutanásia, as uniões de facto, a prostituição, o casamento e a adopção por homossexuais, etc. Serão estas causas dos pobres?

Não. De facto parece tratarem-se de manias de intelectuais pedantes, que procuram alcançar o protagonismo perdido, levantando bandeiras sociais que, a serem adoptadas tornariam a sociedade no túmulo do Homem.A sociedade deve ser encarada como sendo constituída por indivíduos por famílias, como sendo o berço e não o túmulo da individualidade. A sociedade e os seus hábitos e tradições moderam e limitam a sua perversidade natural.
Adoptado este principio todas essas questões levantadas pelos dos ditos progressistas, teriam uma resposta simples.

Ultimamente, dadas as derrotas eleitorais averbadas por essas auto denominadas forças progressistas, e dado o impasse surgido relativamente à questão do aborto, surgiu, do nada, a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo… Pergunta-se: terá esta questão alguma relação com os mais pobres e desfavorecidos, que vivem hoje, em muitos casos situações dramáticas de desemprego, de alarmante subida do custo de vida de forma em muitos casos insustentável, que são vítimas do estado actual da saúde, da educação ou da justiça?
A resposta só pode ser negativa. A pertinência desta polémica é nenhuma.

E o seu valor de facto? Em que é que esta pode melhorar a sociedade? Vejamos:
Deverá a sociedade dar direitos iguais aos casais homossexuais daqueles que dá aos casais tradicionais? Será natural a educação de uma criança educada por dois pais ou por duas mães? Quais serão as suas referências? Será um dos caminhos para a promoção da natalidade, num país onda há cada vez mais de idosos e cujos problemas dos carenciados são resolvidos muitas vezes por uma segurança social que dada a curva descendente da natalidade parece poder atingir a ruptura?

No que concerne à questão do casamento, a actual lei civil tem uma redacção equilibrada, segundo o artigo 1577.º do Código Civil, o «casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida». Verifica-se, assim, que o objecto deste contrato é a «constituição de família», subentendendo esta a uma «plena comunhão de vida». Nos fins da existência da «família» incluí-se, naturalmente, a procriação, razão pela qual se impõe a diferença de sexos como elemento típico do contrato.

Estas incursões da esquerda, estas suas “novas” bandeiras sociais, são muito perturbadoras e precisam de uma resposta efectiva da sociedade pois, a grande luta dos nossos dias é a de saber que tipo de sociedade que pretendemos, sabendo que mediante a escolha efectuada esta será o berço ou o túmulo do indivíduo.