quinta-feira, junho 09, 2005

Carta ao Ex.mo Sr. Primeiro Ministro

Caro Sr. Primeiro-Ministro,

Venho por meio desta comunicação manifestar meu total apoio ao seu esforço de modernização do nosso país. Como cidadão comum, não tenho muito mais a oferecer além do meu trabalho, mas já que o tema da moda é Reforma Tributária, percebi que posso definitivamente contribuir mais.
Vou explicar:
Na actual legislação, pago na fonte 31% do meu salário 20 para o IRS e 11 para a Segurança Social. Como pode ver, sou um cidadão afortunado. Cada vez que eu, no supermercado, gasto o que o meu patrão me pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19% para si (31+19="50).
Sou obrigado a concordar que é pouco dinheiro para o governo fazer tudo aquilo que promete ao cidadão em tempo de campanha eleitoral.
Mas o meu patrão é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75% daquilo que me paga para a Segurança Social. E ainda 33% para o Estado 50+23,75+33="106,75).
Além disso quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.

A minha sugestão, é invertermos os percentuais. A partir do próximo mês autorizo o Governo a ficar com 100% do meu salário. Funcionaria assim: Eu fico com 6,75% limpinhos, sem qualquer ónus mas o Governo fica com as contas de:
- Despesas Escolares, - Seguro de Saúde, - Despesas com médicos, - Medicamentos, - Materiais escolares, - Condomínio, - Água, - Luz, - Telefone, - Energia, - Supermercado, - Gasolina, - Vestuário, - Lazer, - Portagens, - Cultura, - Contribuição Autárquica, - IVA, - IRS, - IRC, - Imposto de Circulação, - Segurança Social, - Seguro do carro, - Inspecção Periódica, - Taxas do Lixo, reciclagem, esgotos e saneamento, - E todas as outras taxas que nos impinge todos os dias. - Previdência privada e qualquer taxa extra que por ventura seja repentinamente criada por qualquer dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Um abraço Sr. Primeiro-Ministro e muito boa sorte, do fundo do meu coração!

Ass: Um trabalhador que já não mais sabe o que fazer para conseguir sobreviver com dignidade.

PS: Podemos até negociar a percentagem!!!