domingo, julho 17, 2005

Será a polícia o melhor instrumento para assegurar a nossa segurança?


O presidente da Associação Profissional da Polícia anunciou que aquela Associação poderá vir a bloquear as duas pontes sobre o Tejo da Região de Lisboa caso o Governo não volte atrás nas suas intenções de cortar privilégios àqueles profissionais. Tendo sido confrontado com o facto de tal acção constituir ilegalidade e, mesmo, crime, o dito senhor respondeu que se arranja forma de contornar a lei.
Ora, isto é extraordináriamente grave!
Quem tem o dever de velar pela segurança, legalidade, lutar contra o crime e perseguir os infractores, missão para cujo exercício lhes foi confiado o monopólio do uso da força, admite como forma de pressão praticar um crime de muito gravosas consequências económicas e sociais.
Parece que estamos reféns de um bando de malfeitores que não hesita em usar os instrumentos que o Estado lhes confiou para nos proteger contra nós próprios para assim nos extorquir privilégios injustificados.
Se não estivéssemos a pagar a funcionários públicos mas a empresas o exercício desta função, a solução seria simple: punhamos a empresa a andar e contrataríamos outra, sem apelo nem agravo!
Eu sei que há quem diga que a segurança interna não pode ser assegurada por empresas, que o tem de ser pelo próprio Estado. Sucede que não só pode como, na prática e em grande medida, já o é!
Por exemplo, eu trabalho num edifício público onde a segurança é assegurada por uma empresa, com a vantagem de todos os ano se avaliar o seu efectivo desempenho e se proceder a uma consulta ao mercado para averiguar se outra empresa se mostra capaz de melhor exercer tal função. Se generalizássemos este procedimento a todo o país conseguiríamos ter muito melhor segurança e a menores custos.