Ipsis Verbis
A ler no DN de hoje: Artigo de João César das Neves: As cinco grandes contradições na esquerda que parcialmente se transcreve.
Razões porque não sou de esquerda
Primeiro, uma questão filosófica. Um pobre é sempre pragmático. Os carenciados são astutos gestores dos magros haveres, com uma lucidez e imaginação que ultrapassa a dos grandes empresários.
Segundo, uma questão económica. Na análise económica os disparates são esmagadores.[…]É incrível como o modelo intelectual da esquerda continua a responder à situação industrial de Oitocentos. A luta contra o capital, a visão conflituante da empresa; A defesa da intervenção do Estado, toda paga com impostos dos trabalhadores […].
Terceiro, uma questão mundial. A esquerda nasceu aberta e internacionalista. Depois deixou que esse internacionalismo fosse capturado pelo interesse nacional de potências particulares, URSS ou China, pervertendo a generosa inspiração inicial. Agora, paradoxalmente, virou proteccionista[…].
Em quarto lugar aparece a recente opção da esquerda na luta contra a família. Depois do seu falhanço económico, que fez esquecer velhos mitos da "sociedade sem classes" e "ditadura do proletariado", passou a promover o aborto, eutanásia, uniões de facto, prostituição, casamento e adopção por homossexuais, etc. Estas não são causas dos pobres, mas bandeiras de burgueses debochados em juventude retardada.
Finalmente, surge a velha opção da esquerda contra a religião. Também aqui se trata, não de interesse dos pobres, mas de manias de intelectual pedante. Por causa desta irritação espúria contra a fé, a esquerda tem perseguido e até chacinado milhões de pobres e destruído a base cultural e social da sua vida.
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