Ipsis Verbis: A nova agenda da velha Esquerda
A falência dos modelos externos de referência (fossem eles a União Soviética, a China ou mesmo a Albânia) obrigou a extrema-esquerda europeia a reconverter-se. Historicamente derrotada e ideologicamente falida, essa recomposição passou em quase toda a Europa ocidental pelo esbatimento dos velhos temas marxistas no discurso público e pela adopção de causas sociais “fracturantes”, da defesa do multiculturalismo e de uma retórica visceralmente anti-globalização e anti-americana. Com o precioso auxílio de uma comunicação social maioritariamente simpatizante da sua agenda, a velha esquerda, nos seus vários segmentos, realinhou-se adoptando uma postura folclórica e populista. O correspondente discurso de indignação permanente numa sucessão de sound-bytes bem calculados visa apelar a camadas urbanas que já não estão, na sua maior parte, receptivas à luta de classes mas onde os preconceitos anti-capitalistas e anti-americanos, assim como os dogmas do pensamento politicamente correcto, encontram forte receptividade.
O Big Brother e a nova agenda da velha esquerda por André Azevedo Alves na Revista Atlântico
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