domingo, outubro 07, 2007

Debruço-me novamente sobre a “rés pública”.

Há acontecimentos recentes que justificam deixar, uma vez mais, de manter-me indiferente.

Foi tornado público o mérito do médico-escritor Alfredo Ribeiro dos Santos que na sua existência reuniu e manteve uma fortuna literária (símbolo de iniciativa privada a funcionar). Parece-me também meritório ter (apesar da avançada idade – 90 anos) o discernimento de aceitar que todo esse precioso espólio seja vendido em leilão (será certamente o mercado a ditar as regras da conservação) (A hipótese de doar o espólio bibliográfico a uma instituição pública chegou a ser ponderada, mas a ideia foi abandonada quando Alfredo Ribeiro dos Santos se apercebeu de que acervos idênticos iam parar a caves inacessíveis ao público – Público 02.10.2007). Bem haja quem tem este tipo de visão/atitude liberal, embora rotulado de republicano socialista e laico por Mário Soares no prefácio do catálogo da colecção (outro tipo de rótulo seria impensável vindo deste, quando referente a alguêm de valor).

Luis Filipe Menezes ganhou, por eleição directa, a liderança do PSD. Na semana seguinte foi dito de tudo (bem e mal) acerca desta nova liderança, foram feitas acusações, tentaram encontrar-se culpados /bodes expiatórios raramente tendo sido afirmado aí ter chegado por mérito próprio. Considerando que se tratou de uma eleição directa (sufrágio universal, no universo dos indivíduos inscritos no grupo a que pertence) que terá decorrido de modo correcto e democrático, há que felicitar o vencedor. Certamente que, nessa população, é este o indivíduo que reune maior número de simpatizantes, pelo menos dos dois indivíduos que foram presentes a eleição (a isso se sujeitaram). O povo afirma que “depois da boda não faltam padrinhos!”
É porque os conteúdos e as formas diferem que há necessidade de auscultar o universos dos eleitores, é esta condição fundamental nos sistemas democráticos. Claro que podem fazer-se comentários quanto à forma e conteúdo do(s) discurso(s) proferidos, serão estes os apreciados no momento da próxima batalha eleitoral.

Leio e aprecio os comentários escritos de António Barreto no Público, que (apesar de socialista é capaz de manter distanciamento crítico relativo ao partido) hoje espelham como vai bem o esforço reformador dos nossos dirigentes, neste caso concreto referente à educação. Barreto transcreve um trecho do labirintico despacho normativo (de 11 páginas) do Sr secretário de estado Walter Lemos. Aconselho vivamente a leitura do Retrato da Semana intitulado Um naco de prosa – Público * Domingo 7 Outubro 2007 * página 45.