Dos Tempos que Grassam!
Os tempos presentes são de perplexidade, pelos acontecimentos mas também pelas reacções (da opinião pública e publicada) que constituem, per se, acontecimentos relevantes.
Lembro os acontecimentos (ditos e não ditos) relacionados com os traços de personalidade, tornados evidentes, do Sr José Sócrates. Não é relevante saber qual o grau académico do indivíduo (quem quer que seja), mas é da maior importância conhecer o indivíduo que foi eleito para representar um povo, ter a certeza que é homem recto, íntegro, digno de representar este mesmo povo (isto importa!).
Recordo o julgamento (quase á laia de preparação para linchamento) feito na praça pública a acordãos proferidos pelo Supremo Tribunal de Justiça. O dito quarto poder parece tentar medir forças com a justiça. Fiquei com a sensação que haverá uma tentação subjacente de subjugar o poder jurídico, com o argumento deste não estar sujeito a qualquer controlo.
Não deverá confundir-se, nunca, o todo com a parte. Dever-se-á garantir que nenhum indivíduo estará acima da lei. Lembro que as sociedades em que o poder judicial é subjugado pelo poder político (de conveniência) são ou estarão no limiar de tornar-se sujeitas e regimes totalitários (coartadas da liberdade).
Servem as reflexões relativas aos tempos que grassam para introduzir um texto gentilmente cedido pelo Sr Dr Juiz Conselheiro Fernandes Magalhães, datado de 01 de Março de 2007 (anterior a alguns dos acontecimentos referidos, mas em meu entender ajustado). Vide supra.
Fernandes Magalhães toca, como é sua prática habitual nas conversas informais com que nos delicia, vários aspectos da vida social fazendo inúmeras referências literárias como homem culto e sensível que é, começando pela referência a George Steiner - “A Ideia de Europa” das “cafeterias”, passando pelo conceito de amor de Reiner Maria Rilke, bem como pelo modo de acção da opinião pública de Alexis Tocqueville.
Etiquetas: actualidade, lei, política
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home