Vistas curtas...
Ontem enquanto via os telejornais uma notícia mostrava como o Jornalismo pode subverter, ter e induzir vistas curtas.
A notícia divulgava um e-mail de um movimento apelidado de 560, que se encontra a circular na Internet, o qual apela ao consumo de produtos nacionais, identificado-os através da análise do código de barras…
O jornalista da dita estação referia: “Este poderá ser o segredo para resolver a grave crise económica que Portugal atravessa”.
Ora, esta afirmação, para além de prova de evidente de mau jornalismo, influencia comportamentos dos consumidores de forma errada.
Ao contrário do que afirma, este não é certamente o segredo para resolver a grave crise económica que Portugal atravessa, muito pelo contrário, senão vejamos:
Portugal precisa antes de mais de empresas competitivas que façam bem, que se imponham pela qualidade…
O consumidor deve procurar aquilo que melhor satisfaz as suas necessidades, tendo em conta critérios de qualidade e preço. A função das empresas é, em parceria com universidades e centros de Investigação desenvolver produtos inovadores e que possuam valor acrescentado, ou seja, bens ou serviços, que se imponham pela qualidade e inovação.
A comprarem-se produtos unicamente por serem portugueses estamos a premiar ausência de iniciativa e a preterir produtos que possuem investimento e valor acrescentado, só porque não são nacionais...
O segredo para a recuperação da economia é fazer perceber às empresas nacionais que têm que produzir melhor e que, com melhores produtos aumentarão a sua quota de mercado e, deste modo, o seu lucro. Só por fim, e dessa forma, contribuirão para o sucesso da nossa economia, que convem não esquecer que é uma economia aberta...
O que há de mais nefasto e pernicioso para a economia nacional e para as empresas portuguesas é este paternalismo, este nacionalismo balofo que pretende tolher o empreendorismo e a busca de soluções novas, no fundo, a evolução que a economia de mercado permite…
Não será a livre concorrência um dos pilares fundamentais da União Europeia em que nos inserimos e a razão do sucesso das economias mais avançadas do mundo?
Será que ao comprar produtos portugueses, mesmo sendo estes piores e não oferecendo uma boa relação qualidade / preço estamos a resolver a grave crise que o país atravessa?
Não certamente que não…
1 Comments:
Absolutamente de acordo.
Convirá apenas acrescentar que o Estado e demais autoridade públicas (por exemplo autarquias locais) também têm um papel importante dando margem às empresas para que possam inovar e competir com as de outros países.
Para tanto, terá de eliminar borucracias inúteis, regulamentação inibidora e impostos excessivos.
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