sexta-feira, dezembro 21, 2007

Yes Prime Minister

Minister: The government is down in the polls. What have I done wrong?
Humphrey: Being down in the polls means you have done things right.
*
Humphrey: So what do you want?
Bernard: I want to act with a clear conscience.
Humphrey: Since when did you acquire such a taste for luxury?
*
Minister: I never believe anything until it’s been officially denied.
*
Minister: There is good in everyone, you know?
Interviewer: Except the French.
Minister: Even the French.

terça-feira, dezembro 11, 2007

"Ipsis Verbis" - Sócrates visto pela BBC*


"Grand language
The Summit ended, as do most meetings of this sort, with smiling photocalls.
The Portuguese Prime Minister, Jose Socrates, gave an extraordinary closing speech which spoke about bridges being built, steps forward being taken, and visions being pursued.
He went off on such an oratorical flight, in fact, that I became mesmerised by the beauty of the Portuguese language and the elegance of his delivery.
I was so bewitched that I didn't register any concrete points in the speech at all.
Perhaps there weren't any. But it certainly sounded good."

* Análise bem diferente da efectuada por alguns jornalistas portugueses.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Yes Prime Minister

Minister: They have people paying farmers to produce surplus food and people across the hall paying other to destroy it. And, in the middle, they employ a full staff to oversee all this. Doesn t this shock you?
Bernard: Oh no, I’m a public servant.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

"Ipsis Verbis" Momento Thatcher

França sofreu o caos há uma semana. Paralisação dos transportes, os serviços públicos bloqueados, as empresas privadas com quebras na produtividade. Ou seja, dias perdidos, os nervos em franja de um país inteiro, mais violência e carros queimados nas ruas. Feitas as contas, a economia francesa perdeu 0,1% do PIB por uma exigência injusta de um grupo de amotinados. É evidente que a idade da reforma deve subir até aos 65 anos – para todos, aqui ou em França – se queremos dar um balão de oxigénio ao depauperado Estado Social. Os que se manifestaram nas ruas de Paris não pensam assim. Pensam, claro, nos direitos adquiridos. As bailarinas e outros privilegiados reformam-se 20 anos antes dos outros e recebem a totalidade das pensões. De quando é a lei? Coisa para uns anitos: 1698. Isso mesmo: 1698, a corte de Luis XIV. Belos tempos. Quanto custa ao Estado francês sustentar este delírio anacrónico? Seis mil milhões de euros por ano. No país com a taxa de desemprego mais alta da zona euro, acima dos 9%, o melhor é cortar por algum lado. Sarkozy tem razão: este é o momento Thatcher dele. É agora ou nunca.
Viajemos agora para outro país longínquo no outro lado do mundo, para a Índia, onde Sócrates participa nas próximas horas na cimeira UE- -Ásia. O que vemos aqui, neste enorme subcontinente? Muita pobreza, bairros de lata, sujidade, fome à séria nas ruas. Mas há mais coisas a acontecer. Na Índia, vale sempre a pena olhar, porque há sempre alguma coisa para ver. Há greves? Também, claro, é um direito importante para o equilíbrio das sociedades democráticas e a Índia é a maior democracia do planeta. No entanto, mais do que greves, aqui impõe-se a energia do trabalho. É preciso criar riqueza, assumir os riscos, investir. É preciso sobreviver. Há 16 anos, em 1991, o país não tinha sequer dinheiro para pagar a conta da luz. Poderia ter ficado às escuras. Foi preciso desvalorizar a rupia em 30%, em apenas três dias para trazer os contadores a zero e recomeçar. É essa a história fantástica que tem sido escrita na última década. As multinacionais Infosys, Wipro, Tata, muitos cérebros (um terço dos engenheiros de todo o mundo), são a poderosa alavanca humana que produz um crescimento anual de 10%. Na Índia ou na China não há petróleo: há trabalho. A Europa em geral – e Portugal em particular – deveriam olhar menos para os direitos adquiridos e mais para a revolução que está a acontecer aqui ao lado. Na verdade, enfrentamos todos o nosso momento Thatcher: ou vai ou racha.

André Macedo no editorial do Diário económico